- Treinar uma criança a ir a o banheiro é um trabalho desgastante para toda a família e comunidade. Requer paciência e perserverança. Algumas famílias acham fácil e mais simples deixar a criança em fraldas para evitar os problemas que possam surgir durante o treinamento.
- Vale ressaltar que uma criança já treinada, tem um grande impacto na convivência social da família e na independência e aceitação social da criança.
- É válido usar algumas técnicas para controlar o estresse para diminuir os aspectos negativos de sobrecarga de energia e tempo.
- Muitas vezes é mais fácil que a criança seja treinada na escola que em casa, ou vice e versa. É importante que escola e lar trabalhem juntos num mesmo objetivo para o sucesso do treinamento. Comunicação é a chave do negócio. Para isso, não fique triste com a escola ou qualquer membro da equipe se as coisas não tiverem funcionando efetivamente em um dos lugares.
- Persevere e acredite que o sucesso virá. Evite ficar muito preocupado ou excessivamente estressado com a situação.
- Para saber se sua criança está pronta para ser treinada, observe as seguintes perguntas: a pessoa atua diferente ou parece notar quando está com fraldas ou partes de baixo molhada ou suja? Existe algum interesse ou diferença de comportamento em relação a banheiro, privada, ao trocar de roupas ou qualquer outra momento relacionado a isso? A pessoa apresenta alguam mudança de comportamento quando outra está envolvida em atividades ou objetos relacionados à higiene ? Se você respondeu sim a todas essas perguntas, a pessoa deve está tendo percepção e talvez pronta para iniciar o treinamento.
- Observe as horas certas para a criança ir ao banheiro e as inclua num horário visual.
- Coloque brinquedos preferidos da criança ou livros no banheiro para facilitar a adaptação desta.
- Algumas crianças podem ser muito sensíveis ao som da descarga. Colocar uma música calma pode ajudá-las a relaxar.
- Use a descarga como recompensa depois que a criança urinar na privada. Saiba, porém, que algumas crianças podem ficar super excitadas ou até com medo do barulho da descarga ou da visão da água descendo. Para que isso diminua, basta que as pessoas envolvidas usem reforço positivo como brinquedos com luzes ou barulho.
- Nunca pergunte se a pessoa quer ou não ir ao banheiro. Apenas diga para ela que é hora de usá-lo. Permitir que a pessoa indique se está na hora ou não, não é considerado nesse momento.
- Se a pessoa urinar ou defecar entre os horários, limpe tudo calmamente e não fique hostil ou aborrecido. Simplesmente ajude a pessoa a se limpar e continue seguindo o horário visual. Não faça nenhuma referência ao acidente.
- Na hora de escolher os desenhos do seu horário visual, escolha os que sejam claros e fáceis de entender. Lembre que os autistas pensam de forma concreta.
- Lembre-se o treinamento não está completo até que a pessoa aprenda a indicar que precisa ir ao banheiro sem ser lembrada por outras pessoas; complete a rotina independentemente e se prenda em pistas visuais ao invés de verbais.
- Antecipe qualquer problema quando for passear. Leve o horário visual e peça informação para saber onde estão os banheiros públicos para evitar se perder quando precisar usá-los. Carregue uma pequena toalha ou um alguns pedaços de papel higiênico para evitar qualquer problema relacionado à sensibilidade. Leve sempre o brinquedo preferido para diminuir a ansiedade.
- Não faça uma mudança brusca das fraldas para a cueca ou calcinha. Gradualmente, aumente o número de horas que a criança estiver usando as partes de baixo, usando o bom senso. Recompense os momentos em que a criança não esteja usando fraldas.
- Se depois de treinada, a criança estiver usando muito papel higiênico, diga uma quantidade de quadradinhos do papel para ela contar ou utilize dicas visuais para determinar a quantidade correta.
- Lembre-se que a criança pode apresentar algum tipo de regressão quando estiver doente, tomando medicamentos ou mudar o tipo de comida. Se houver algum tipo de mudança na rotina ao deitar, ou até dentro da escola como mudança de professora, transferência de colegas ou problemas na família – tudo isso pode interferir no treinamento. Quando isso acontecer, tente identificar o motivo, converse com o médico ou com a família. Não mostre desapontamento, raiva ou outra emoção negativa.
- Calmamente retorne as estratégias que eram eficientes.
(Dicas baseadas
no livro Toilet training for individuals with autism and related
disorders de Maria Wheeler. Texas:
Future Horizons, 1998.)
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