Ido in Autismland: a estória de uma menino autista não-verbal


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Eu estava lendo a estória de Ido que tem autismo e ele diz:
"Durante os exercícios eu luto contra várias coisas mas a mais desafiadora é fazer alguma coisa movendo o corpo em cima e alguma coisa embaixo ao mesmo tempo. Meu corpo faz uma coisa ou outra. Eu tenho me concentrar muito para fazer o trabalho da perna se o exercício mais complicado. (...)
A habilidade de fazer diferentes ações com o uso de braços e pernas, é algo que nós não damos valor. É muito frustrante lutar contra nosso corpo do jeito que fazemos. Todos nós temos que trabalhar nossos movimentos e desenvolvimento músculos. No autismo é a desconexão entre nossas intenções e movimentos que é tão desafiador!!!" (tradução livre)

TAREFAS EM PLÁSTICO


Para facilitar a fixação, pegue uma atividade e a coloque dentro de um plástico. Com uma caneta que seja fácil de remover ou giz de cera (pode usar lenços umidecidos), a criança faz a atividade e a apaga. Pronto! A atividade pode ser feita muitas vezes e em lugares diferentes (casa, terapia, casa da avó, escola) para facilitar a generalização.

MAIS DEPOIMENTOS SOBRE ABA

"Aconteceram várias mudanças em relação ao aprendizado e ao comportamento. Ela fala as vogais, os números de 1 a 5 e escreve seu pré-nome (...). "
Maria das Neves, mãe de Ana Caroline, 8 anos.


"Ele fala, brinca com outras crianças, pede para ir à escola e fica em sala sem chorar. Come alimentos que não comia antes."
Ana Lúcia, mãe de Pedro Guilherme, 6 anos.

"Teve melhoras na fala, consegue pedir as coisas, está conhecendo as letras, números, cores, canta, fala o nome dos bichos. Está quase conseguindo fazer as tarefas sem que peguemos na mão dele e fica na sala de aula mais tempo sentado".
Lúcia Valéria Rodrigues de Sousa, mãe de Heitor, 6 anos.

TEMPLE GRANDIN FALA SOBRE SEUS PROBLEMAS SENSORIAIS E ALERTA PAIS E PROFISSIONAIS


 
Qualquer pessoa que tenha ido às minhas apresentações sabe que, na minha opinião, problemas sensoriais é uma causa provável de problemas de comportamento em crianças com autismo. Eu mesma tenho muitos problemas sensoriais e o que afeta mais é em relação à audição.
Quando eu era criança, o barulho do sino da escola machucava meus ouvidos, parecia o barulho do dentista. Isso é comum na população de autistas. Os sons que mais comumente machucam são os bem agudos, sons interruptos como alarme de bombeiro, detectores de fumaça, alguns toques de celular ou então os testes feitos com microfone. Uma vez que a criança associe a dor com alguns sons, ela não vai esquecer tão cedo. Subsequentemente, uma criança  talvez apresente uma birra e se recuse a entrar num certo cômodo porque talvez tenha medo de que o alarme dispare ou que aquele barulho ruim aconteça outra vez. Mesmo que isso tenha acontecido alguns meses atrás, ou mesmo somente uma única vez, a criança talvez reaja para que não passe por aquele sofrimento outra vez.
Às vezes a sensibilidade ao som pode ser desensibilizada gravando o som irritante e permitindo que a criança ouvir o som e, gradativamente, com mais frequência, aumentando o volume.
Problemas com som são bem variáveis. Um som que irrita o ouvido de um criança pode ser atraente para outra. Pais e profissionais precisam ser bons detetives e observar as pistas da criança sobre que sons são mais problemáticos.
Detalhes auditivos
Apesar de as crianças e os adultos com TEA poderem facilmente passar num teste auditivo básico, eles frequentemente têm dificuldades para ouvir alguns pedaços de som.
Quando eu era criança, eu conseguia ouvir o que as pessoas estavam dizendo quando elas falavam diretamente comigo, quando adultos falam rápido parece coisas sem sentido. Tudo que eu conseguia ouvir eram vogais e, eu pensei que os adultos tinham sua própria linguagem. Crianças que são não verbais talvez só escutem vogais e não consoantes.
Minha fonoaudióloga me ajudou a ouvir as consoantes falando-as bem devagar. Ela segurava uma xícara e dizia XXXXÍ-CCA-RA. Ela alternava entre dizer “xícara” de um jeito normal e bem devagar. Se tivesse muito barulho de fundo, eu tinha dificuldades em ouvir. Fazer contato olho-no-olho era muito difícil para mim em lugares barulhentos porque atrapalhava minha habilidade de ouvir. É como se as minhas conexões neurais só deixassem um dos sentidos funcionar ou outro, mas às vezes, os dois na mesma hora.
Em lugares barulhentos, eu tinha que me concentrar em ouvir. Algumas crianças, se as palavras forem cantadas em vez de faladas, pode ser melhor. Quando eu era pequena, nós fazíamos muitas atividades musicais.
Quando adulta, fiz muitos testes auditivos e fiquei chocada o quão ruim foi minha performance. Palavras como “salva-vidas”e  “lâmpada” (no inglês, life boat e light bulb) eram misturadas. Eu também não fui bem no teste auditivo de gêneros, onde um homem fala num ouvido e uma mulher no outro. Contudo os meus ouvidos estavam normais nos testes. Eu tinha dificuldade para discernir entre dois sons curtos que eram colocados juntos. Pessoas típicas conseguem discriminar qual som tem um agudo alto e, consequentemente os seus cérebros registram dois sons. Eu não conseguia fazer isso porque os sons se juntavam.
Pais e professores que trabalham com crianças diagnosticadas no espectro precisam ficar atentos a essas dificuldades de processor sons. Às vezes o comportamento de uma criança pode ser diretamente o resultado da falta de habilidade de processar os sons, ao invés da de birras. Imagine como você funcionaria (ou não) se você ouvisse apenas partes das palavras, só vogais ou apenas alguns sons. Quantas informações relevantes você perderia todo o dia, toda hora, todo minuto?
Uma criança que tem dificuldade para ouvir todas as informações em detalhes, vai se beneficiar de suportes visuais, como palavras escritas em flashcards, instruções por escrito ou tarefas por escrito. Essa criança talvez precise ouvir e ler a palavra ao mesmo tempo para que processamento da informação ocorra.
Heitor trabalhando sua coordenação motora fina




Para trabalhar o movimento de pinça, principalmente em crianças que escrevem colocando muita força no lápis, esse é um material bem fácil de confeccionar. Basta um palito de churrasco (não podemos eliminar a ponta porque aqui ela é necessária - mas é bom tomar muito cuidado!), um retângulo de isopor (existe um tipo de isopor que não se esfarela) e uma figura grande com pequenos buracos. O objetivo é que a criança espete o palito nos buracos feitos na figura. É diferente, divertido e eles aprendem, aos pouquinhos, a controlar sua preensão.

DEPOIMENTOS DE PAIS SOBRE ABA

"Mateus melhorou no raciocínio lógico, melhorou no senso de responsabilidade e aumento da percepção espacial.
Rafhael já formula sua própria opinião, está mais tolerante com a derrota e aceita melhor os limites impostos pelos pais"

Elias e Francisca Sousa, pais de dois meninos do espectro autista que participam de sessões de ABA.



DICAS DE COMO AJUDAR SEU ALUNO AUTISTA NA ESCOLA




  • Para um sucesso maior, as tarefas complicadas devem ser quebradas em pequenas partes.

  • Não apresente ao aluno atividades longas. Por exemplo, se o exercício precisa que o aluno escreva 10 sentenças, comece com duas. Simplifique atividades desafiadoras e abstratas. Transforme questões subjetivas em questões de múltipla escolha.

  • Use material visual para fazer com que a atividades pareçam mais concretas.

  • Use cartões para resumir os passos para a realização de tarefas ou as atividades da agenda diária.

  • Ofereça intervalos para exercícios físicos e limite o tempo necessário para a atividade. Isso ajuda as crianças que têm dificuldade para reter a atenção.

  • Horários visuais ajudam na noção do tempo e no controle da ansiedade e na administração da tolerância.

  • Use a regra 80/20. Toda vez que começar um dia de atividades, comece com atividades mais fáceis (80%) e que não causarão problemas disruptivos e de desestruturação de ambiente. A criança fica mais confortável em sala e mais confiante. Os 20% de tarefas mais difíceis devem ser usados ou no final da sessão ou intercalada com as tarefas mais fáceis. Isso vai depender, logicamente, de cada criança.

  • Com essa estrutura, é criada confiança e motivação para o trabalho. Se a criança começar o dia de trabalho com atividades além de seu potencial, pode desenvolver um senso de que não é capaz. Use comandos simples, com poucas palavras e seja direto.

  • Apresente escolhas. Sempre. Toda criança se sente mais à vontade com seu horário de tarefas quando pode escolher ou a ordem das tarefas ou que tipo de atividade quer realizar.

  •  Na hora do recreio, devem ser reforçadas as regras de convivência, comorespeito aos amigos e tolerância, não se permitindo bullying.

  • Usar um rodízio de amigos para o recreio pode ser uma estrategia eficiente. A responsabilidade é dividida com todos e os amigos podem ser orientados a ajudar diretamente com as regras sociais.

  • Deixe permitido para o aluno uma área na escola em que ele possa ficar sozinho e fazer o que gosta. Existem pessoas que defendem a liberdade da criança, onde ela possa ficar relaxada, fazendo os movimentos repetitivos que gosta, como se estivesse extravasando. Eu pessoalmente não gosto. Se estamos trabalhando para que a criança seja incluída e que tenha mais amizades e um relacionamento melhor com seus colegas, os movimentos repetitivos não são adequados porque não socializam e podem, muitas vezes, assustar os colegas. Todas as cartas devem ser usadas para que a criança seja redirecionada e não faça os movimentos.
  • Uma ideia interessante é criar, dentro da própria escola, clubes de jogos, de computação, de música para que as crianças possam escolher o que fazer durante o recreio. Os clubes seriam supervisionados por um adulto e as crianças poderiam fazer o que gosta, falar do que gosta etc.

  • Estrategias de redirecionamento e o que a criança não pode fazer e o que ela pode fazer devem ser distribuídas para todos os profissionais que lidam com ela.

  • Refeitórios e áreas de lanche podem ser extremamente estressantes para crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Muito barulho não só de coisas sendo arrumadas, mas vozes de crianças, arrastar de cadeiras, etc. Tente se imaginar no lugar de uma criança que é sensível demais e pode ouvir sons mais altos que você. Seja flexível em relação a tempos e dificuldades. Visite com a criança o lugar antes, vazio, para que ela visualize onde fica a comida, onde pode sentar, e o que vai acontecer. Isso diminue a ansiedade e minimiza problemas de comportamento.

  • Dar a criança um brinquedo para aliviar a tensão em alguns momentos é ótimo. Em qualquer situação que você possa desestressar a criança, leve alguma coisa que ela goste de segurar ou uma esponja ou bola para apertar, um brinquedo com luz e/ ou água para que ela fique olhando. Isso pode minimizar possíveis problemas.

  • Lembre-se de que as crianças com TEA não vão necessariamente aprender com as outras crianças.Mas elas surpreendem sempre!!!


TREINANDO SUA CRIANÇA AUTISTA A USAR O BANHEIRO

  •  Treinar uma criança a ir a o banheiro é um trabalho desgastante para toda a família e comunidade. Requer paciência e perserverança. Algumas famílias acham fácil e mais simples deixar a criança em fraldas para evitar os problemas que possam surgir durante o treinamento.
  •  Vale ressaltar que uma criança já treinada, tem um grande impacto na convivência social da família e na independência  e aceitação social da criança.
  • É válido usar algumas técnicas para controlar o estresse para diminuir os aspectos negativos de sobrecarga de energia e tempo.
  • Muitas vezes é mais fácil que a criança seja treinada na escola que em casa, ou vice e versa. É importante que escola e lar trabalhem juntos num mesmo objetivo para o sucesso do treinamento. Comunicação é a chave do negócio. Para isso, não fique triste com a escola ou qualquer membro da equipe se as coisas não tiverem funcionando efetivamente em um dos lugares.
  •  Persevere e acredite que o sucesso virá. Evite ficar muito preocupado ou excessivamente estressado com a situação.
  • Para saber se sua criança está pronta para ser treinada, observe as seguintes perguntas: a pessoa atua diferente ou parece notar quando está com fraldas ou partes de baixo molhada ou suja? Existe algum interesse ou diferença de comportamento em relação a banheiro, privada, ao trocar de roupas ou qualquer outra momento relacionado a isso? A pessoa apresenta alguam mudança de comportamento quando outra está envolvida em atividades ou objetos relacionados à higiene ? Se você respondeu sim a todas essas perguntas, a pessoa deve está tendo percepção e talvez pronta para iniciar o treinamento.
  • Observe as horas certas para a criança ir ao banheiro e as inclua num horário visual.
  • Coloque brinquedos preferidos da criança ou livros no banheiro para facilitar a adaptação desta.
  •  Algumas crianças podem ser muito sensíveis ao som da descarga. Colocar uma música calma pode ajudá-las a relaxar.
  •  Use a descarga como recompensa depois que a criança urinar na privada. Saiba, porém, que algumas crianças podem ficar super excitadas ou até com medo do barulho da descarga ou da visão da água descendo. Para que isso diminua, basta que as pessoas envolvidas usem reforço positivo como brinquedos com luzes ou barulho.
  •  Nunca pergunte se a pessoa quer ou não ir ao banheiro. Apenas diga para ela que é hora de usá-lo. Permitir que a pessoa indique se está na hora ou não, não é considerado nesse momento.
  • Se a pessoa urinar ou defecar entre os horários, limpe tudo calmamente e não fique hostil ou aborrecido. Simplesmente ajude a pessoa a se limpar e continue seguindo o horário visual. Não faça nenhuma referência ao acidente.
  •  Na hora de escolher os desenhos do seu horário visual, escolha os que sejam claros e fáceis de entender. Lembre que os autistas pensam de forma concreta.
  •  Lembre-se o treinamento não está completo até que a pessoa aprenda a indicar que precisa ir ao banheiro sem ser lembrada por outras pessoas; complete a rotina independentemente e se prenda em pistas visuais ao invés de verbais.
  • Antecipe qualquer problema quando for passear. Leve o horário visual e peça informação para saber onde estão os banheiros públicos para evitar se perder quando precisar usá-los. Carregue uma pequena toalha ou um alguns pedaços de papel higiênico para evitar qualquer problema relacionado à sensibilidade. Leve sempre o brinquedo preferido para diminuir a ansiedade.
  • Não faça uma mudança brusca das fraldas para a cueca ou calcinha. Gradualmente, aumente o número de horas que a criança estiver usando as partes de baixo, usando o bom senso. Recompense os momentos em que a criança não esteja usando fraldas.
  •  Se depois de treinada, a criança estiver usando muito papel higiênico, diga uma quantidade de quadradinhos do papel para ela contar ou utilize dicas visuais para determinar a quantidade correta.
  •  Lembre-se que a criança pode apresentar algum tipo de regressão quando estiver doente, tomando medicamentos ou mudar o tipo de comida. Se houver algum tipo de mudança na rotina ao deitar, ou até dentro da escola como mudança de professora, transferência de colegas ou problemas na família – tudo isso pode interferir no treinamento. Quando isso acontecer, tente identificar o motivo, converse com o médico ou com a família. Não mostre desapontamento, raiva ou outra emoção negativa. 
  • Calmamente retorne as estratégias que eram eficientes.

 (Dicas baseadas no livro Toilet training for individuals with autism and related disorders de Maria Wheeler. Texas: Future Horizons, 1998.)

MOTIVAÇÃO É A CHAVE DO MISTÉRIO



Motivação foi uma palavra muito usada nos anos 80 em livros de auto-ajuda e palestras promovidas por empresas que procuravam aumentar o lucro e incentivar seus funcionários.
                Hoje em dia, as escolas foram buscar essa palavra perdida em outra seção da livraria para tentar achar o seu significado dentro da sala de aula.
                O professor deve acrescentar tarefas que sejam prazeirosas ao mesmo tempo que educativas. Usar material concreto como barras de madeira para ensinar matemática, balões de aniversário para ensinar cores, colagem com lã, palitos de picolé, arroz e algodão para aperfeiçoar a coordenação motora fina são alternativas que funcionam.
                Mas como manter o nível de interesse de crianças que não conseguem se concentrar facilmente? Como manter a criança com algum tipo de dificuldade motivada se, muitas vezes, elas demoram mais tempo para executar as tarefas?
                Manter a motivação sempre em alta é condição sine qua non para a aprendizagem. Para isso é importante que o educador elogie o esforço da criança e qualquer tentativa de realização das tarefas.
                Descobrir um brinquedo, uma atividade ou até um lanche que a criança goste pode fazer com que ela se interesse e se esforce. Esse é um dos princípios da Applied Behavioral Analysis (ABA), conhecida no Brasil como Análise Aplicada de Comportamento, teoria baseada em Skinner e nos seus princípios behaviouristas.
De acordo com Coll (2004) et all:

O enfoque behaviourista contribuiu para fazer com que se reconhecesse a possibilidade de gerar aprendizagens em sujeitos que se consideravam pouco ou praticamente incapacitados para aprender; para deslocar o interesse tradicional em aprendizagens tipicamente escolares, pouco significativas e nada funcionais nas pessoas com deficiências graves (...)
(COLL, 2004, p.206)

                Para isso, o educador tem que ter bem definido qual o reforço positivo (ou recompensa) mais desejado pela criança e qual comportamento quer modificar. Por exemplo, vamos considerar uma sala de primeiro ano do Ensino Fundamental onde duas crianças estão com dificuldades em ler vocábulos com o dígrafo “lh”.  O professor prepara jogos com as palavras e atividades extras para que os alunos aprendam. Essa idéia é perfeitamente aceitável. Mas se o educador apresenta para as crianças um planejamento mais flexível, tipo: “Nós vamos fazer três atividades: atividade 1, atividade 2 e depois vamos jogar uma partida daquele dominó que vocês tanto gostam !”, as crianças vão se esforçar um pouco mais para fazer as atividades.
                Para determinar o que motiva o seu aluno, o professor pode perguntar à criança, observá-la durante o recreio ou os amigos da mesma faixa etária. Não deve se esquecer, portanto, de que as preferências de qualquer criança mudam bastante e devem ser reavaliadas mensalmente.
Com a auto estima sempre flutuante, crianças que apresentam algum tipo de dificuldade precisam de um empurrão para se manterem focadas na aprendizagem. Aliás, a auto estima é regulada pela imagem que as outras pessoas fazem dessa criança e da percepção que a criança tem da própria eficiência. A escola tem grande responsabilidade na construção da auto imagem desse aluno. Mas cabe à família manter e reforçar uma imagem positiva, para que a transição entre escola e lar seja feita de forma amena e satisfatória.
                Existem duas maneiras de se trabalhar a motivação:  “capturando”, que significa aproveitar a distração da criança e usar o objeto dispersante para motivá-la; e “criar” motivação, ou seja, contruir um ambiente que possa despertar os interesses da criança. Mas como se pode fazer isso? Veja as dicas abaixo:


  1.   Arrume alguns objetos preferidos de forma que estejam visíveis mas fora do alcance da criança. Por exemplo, coloque o objeto numa prateleira bem alta, ou dentro de um pote transparente (de plástico, de preferência) bem fechado.
  2.  Peça ao aluno que realize uma atividade como pintar, e dê a ele tintas, papel mas não entregue o pincel.
  3.  Envolva o aluno numa atividade física que ele goste, comece a brincadeira e depois pare no meio da ação. Espere para ver se a criança vai pedir para que a brincadeira continue.
  4. Cante quando você manipula um objeto ou brinque com um brinquedo de maneira “exagerada” para que chame a atenção do aluno.
  5.  Introduza brinquedos/jogos novos e atividades diferentes para que o aluno amplie suas opções de interesse.
  6.  Use um horário visual com a atividade que o aluno vai realizar primeiro e a que vai ser feita depois. Inclua a atividade preferida do aluno no final para que ele entenda que duas atividades deverão ser realizadas para ele ter acesso a “recompensa” depois. A visualização da recompensa depois da obrigação reduz a ansiedade e promove o planejamento das atividades. Essa estratégia pode resolver muitos problemas de comportamento dentro de sala.

Vale enfatizar que o educador tem que ter a certeza de que a tarefa pedida está dentro da capacidade do aluno. É essencial explicar que a recompensa só virá quando o trabalho for realizado. A consistência do horário traz segurança e previsibilidade.
                Com um olhar atento e troca de experiências com a família de seu aluno, você será capaz de fazer uma lista com atividades ou brinquedos de que seu aprendente gosta e, com ela, poderá manter a motivação sempre em alta. Com uma voz firme, porém tranqüila, o educador deve também elogiar as tentativas e manter sempre um semblante calmo e nunca intimidador. Crianças são rápidas em descobrir quando um adulto não está sendo sincero em suas palavras!
                Todo professor se sente realizado quando os alunos aprendem. A meta do educador deste século é usar a criatividade para que a criança aprenda feliz e sem bloqueios.

PROJETO CLUBE DE AMIGOS EM FORTALEZA

Um projeto novo destinado a adolescentes e jovens portadores de deficiência intelectual começará a funcionar em Fortaleza a partir de fevereiro de 2015.
É uma parceria com o Núcleo Sol. Num esquema de uma vez por semana os alunos, divididos por faixa etária e em grupos de, no máximo, 10 alunos, terão planejamento individualizado em cada oficina que participar sendo elas: oficinas de leitura, matemática, expansão de vocabulário e situações diárias, bijouteria e profissionalizantes.
Os objetivos gerais compreendem:
Encorajar amizades;
Ampliar vocabulário dos alunos;
Incentivar a independência;
Aumentar a auto-estima do aluno;
Promover a integração entre os alunos e o meio;
Desenvolver as habilidades de escrita e leitura;
Desenvolver a coordenação motora fina através de atividades lúdicas.
Estamos empolgados e achamos que laços de amizades florescerão pelas ruas da cidade!!

UMA FIGURA VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS E GERA DEZENAS DE OUTRAS


Artigo escrito por mim para a Revista Autismo número 3.


http://www.revistaautismo.com.br/RevistaAutismo001.pdf

MUNDO SINGULAR E ABA

Um livro muito divulgado pela mídia é o da Ana Beatriz Barbosa Silva: Mundo singular - entenda o autismo.
Muitas polêmicas envolveram a publicação, inclusive  a de que o livro é um plágio e a autora não mencionou nada sobre isso. Plágio ou não a pessoa que a Ana Beatriz copiou (ou não) deve entender de autismo porque o livro não é ruim e é de fácil acesso. Sobre ABA é dito:
"Uma das técnicas utilizadas é a Análise Aplicada de Comportamento (ABA), método empregado em diversos países e embasado por pesquisas científicas que comprovam sua eficácia. A metodologia consiste em modificar os comportamentos inadequados, substituindo-os por outros mais funcionais. O foco da mudança baseia-se, principalmente, nos comportamentos social, verbal e na extinção da birra. Uma variedade de procedimentos comportamentais é usada para fortalecer habilidades existentes e modelar aquelas ainda não desenvolvidas. Isso envolve criar oportunidades para que a criança possa aprender e praticar habilidades por meio de incentivos ou reforços positivos, ou seja, premiá-la e elogiá-la a cada comportamento realizado de forma adequada"(pp. 216)

ROY GRINKER E ABA

 
Muitos livros bons no mercado com diferentes pontos de vista e com estórias bastante interessantes para contar. Um que eu gostei muito porque é escrito com relatos de diversos países como Índia, Coréia do Sul  e Estados Unidos é o livro de Roy Grinker. No livro Autismo - um mundo obscuro e conturbado, Roy Grinker, filósofo e pai de Isabel, autista, relata:
"A terapia mais usada nos Estados Unidos em crianças com autismo grave é a Análise Comportamental Aplicada (ABA), uma técnica criada por O. Ivar Lovaas. A terapia particular intensiva com um terapeuta treinado em ABA é basicamente um sistema de incentivos e recompensas para crianças bastante novas. A ABA tem como objetivo eliminar comportamentos negativos e estimular os positivos. Ela ajuda a criança a aprender tarefas simples ou bem estruturadas, como ir sozinha ao banheiro, e rotinas mais complicadas que envolvem habilidades cognitivas e interação social. Defensores do método há muito argumentam que ele é o melhor tratamento não medicamentoso para o autismo e o único cuja eficácia já foi testada por aumento do QI e melhora no comportamento das crianças em idade pré-escolar". (pp. 189)
GRINKER, Roy Richard (2010). Autismo: um mundo obscuro e conturbado. São Paulo: Larousse do Brasil.